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terça-feira, 19 de abril de 2011

Crônico (Ronaldo Monte)


Pesa sobre os cronistas a acusação de só falarem dos próprios umbigos. Considero isto uma injustiça. Todos os estilos literários são umbilicais. Poetas, contistas, romancistas, bons ou maus, todos eles falam disfarçadamente de seus umbigos. Escondem-se atrás de um “eu-lírico”, de um “narrador”, de um “fluxo de consciência” experimentalista, mas, no fundo, suas atenções sempre estão voltadas para aquele botão espetado no meio de suas barrigas. Na crônica isto fica mais à vista por conta da urgência com que ela é escrita. Geralmente da mão pra boca, sem muito tempo para tapeação.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Oferenda (Inocêncio de Melo Filho)



(Le double, de Mélissa Pínon)

Trago-lhe meus cabelos brancos
Para dizer-lhe que sofri demais
Pouco aprendi
Com isso me sustento
Fortaleço os que me buscam
E alimento os famintos
Que tens me confiado.


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