Conversando com Nietzsche (Os conceitos de apolíneo e dionisíaco, e aforismas)
Em “O Nascimento da Tragédia” (1872), Friedrich Nietzsche (1844-1900) define os conceitos de apolíneo e dionisíaco. Da maneira mais sumária, apolíneo seria a representação das regras e dos limites individuais. Dionisíaco: a liberação do impulso, a libertação dos instintos. Para exemplificar, penso em três autores que admiro e amo. Dostoievski é um dionisíaco. Camus, apolíneo. E Kafka? O estilo cartorário, clássico, seria apolíneo. Mas alma, o espírito premonitório, aquele tipo de “mediunidade” que perpassa os seus textos? Seria, nesse caso, dionisíaco. Quero dizer: às vezes os dois conceitos se embutem num só autor.

