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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Selva high-tech (Manuel Soares Bulcão Neto)




Na crônica “Gengis Khan na poeira”, comentei o meu espanto ante o fato de, graças à alta tecnologia, viver melhor, “em muitos aspectos”, que a nata da elite do mundo pré-industrial. Alguns amigos, em mensagens de e-mail, levantaram questões que, realmente, põem em xeque esse entusiasmo. Não sou bom enxadrista, mas vamos ver como me saio.

Sim, foi feito um teste e restou provado que uma Ferrari demora muito mais a atravessar Londres, hoje, do que uma carruagem no século XIX. Será, porém, que isso se deve mais à tecnologia moderna em si ou à sua conformação – acidental – ao sistema sócio-econômico em que vivemos?

Dissabor (Pedro Du Bois)




Se o dissabor
trincar o caminho
espantando os espantalhos

          pássaros dos espaços
          vagos: voo sem sentido
                     no rasante
                     à presa. Desfaço
                     as malas e recoloco
                     a roupa na estante

                     instante ao gosto de fixar
                     o destino: voo em espaços
                     universais da dor.


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