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quarta-feira, 4 de maio de 2011

A encruzilhada (Abel Sidney)



O caso que eu ora hei de relatar, tal como aconteceu, teve início nos primeiros anos da Segunda Grande Guerra.

Eu que não desejara tornar-me um Voluntário da Pátria, decidi passar uns meses na casa de um tio-avô no Ceará. E não é que me descobriram por lá? Não me sabiam o nome, mas pelo meu aspecto adivinharam que eu estava em plena forma física, apto, portanto, para exercer os meus deveres de cidadão e guerreiro. Não tive escolha, senão seguir os homens.

Anjo na rua (Astrid Cabral)




De que nuvem do céu
baixou o anjo ali
na esquina da rua?
Miragem? Milagre?
Em carne e osso
arregaça as asas

à véspera do voo.
Queda-se imóvel embora
o homem/sanduíche se agite

entre cartazes/fatias.
Que faz ali o anjo?
Amável surpresa
a sina da paciência
ensina perseverança.

Sob calor e mãos de tinta
sob suor e pele metal
espera e espera moedas.

E sorri ante o espanto
do menino deslumbrado:
Mamãe, olha o anjo!

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