(Transcrito do blog Gaveta do Ivo - Poesia & Tradução)
Carlos Trigueiro começou a ser notado como um dos nossos melhores contistas quando publicou, em 1994, 0 Clube dos Feios e Outras Histórias Extraordinárias, surpreendendo a crítica tupiniquim. Dominada até hoje por equívocos minimalistas, pornográficos ou ambivalentes, a contística nacional dava de frente com esse estreante “castiço” que sabia contar uma história em linguagem legível e com toda a maleabilidade histriônica que o gênero requer. E os contos – desse e de seus livros posteriores –, além do sabor natural da narrativa fluente, das frases de efeito (e até mesmo de algumas pedras de toque), comprometiam-se com um ideário e reflexões conjugados a uma fina ironia, os grandes trunfos da escola imune ao tempo de que Machado de Assis é o guru inconteste.