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domingo, 5 de junho de 2011

A volta (Silmar Bohrer)






O bom retorno à praia
é fato sempre alvissareiro,
além do verso companheiro,
os eflúvios da essência gaia.


Os nossos céus de brigadeiro
com esses ares litorâneos
trazem bafejares consentâneos
pra versejar o dia inteiro.


Nestas frias calendas de maio
tenho me feito de aio
alguma rima a apascentar,


Caminhando pelas areias
desamarro minhas peias
e me vou longe a divagar.

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sábado, 4 de junho de 2011

Da boca vinha uma brisa (Nuno Gonçalves)


da boca vinha uma brisa, uma fresca com gosto de rede. da boca vinha uma espera que em nada lembrava promessa, uma ardência lambuzada de melancolia, vinha algo difícil de descrever. ao menos com essas palavras que me deram, essas que vêm desde antes mesmo d’eu nascer. às vezes me sinto um rio largo desesperado com as águas das chuvas, com sua insuficiência em matar minha sede e aplacar a fúria do sangue de minha memória. daquela boca vinham tempestades, lembro um dia que dela saiu uma asa, aquela boca era uma rota,