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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Quatro livros de prosa de ficção (Nilto Maciel)



Como tenho dito em crônicas ou comentários, recebo muitos livros. Não leio tudo, por falta de tempo e disposição. Se não leio na íntegra, não tenho como escrever resenha. Termino em rascunho de notícia. Para facilitar o trabalho, separo os livros por gênero ou origem. Sendo assim, hoje me dedicarei a quatro volumes de contos e crônicas recebidos em abril e maio de 2011. Dois vieram de Minas Gerais, um de Santa Catarina e o outro daqui mesmo. São eles: Galos e solidão (Cataguases: Do Autor, 2009), de P. J. Ribeiro; Silas (Natal: Jovens Escribas, 2011), de Sérgio Fantini; Entre oito paredes (Fortaleza: Gráfica LCR, 2008), de Brennand de Sousa; e Pequeno álbum (Blumenau: Editora Hemisfério Sul, 2009), de Viegas Fernandes da Costa.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Endereço (Emanuel Medeiros Vieira)



Perdi (perdemos) o endereço de Deus.
Perdi (perdemos)?
Estará no bolso da calça, na segunda gaveta, no trapiche da Praia de Fora,
no Parque da Redenção, na Praça Castro Alves, na esquina da São João com
a Ipiranga?
Perdi o endereço de Deus.

Estará escondido na clandestinidade, dormindo em quartos com cheiro de mofo – Neocid
para as pulgas –, ou nos interrogatórios no DOPS?
Nas fugas apressadas?
Perdemos o endereço de Deus,
mas temos todos os aparelhos eletrônicos,
da China, do Paraguai, dos Estados Unidos.
E sempre quereremos mais, mais,
cerveja gelada anunciada pela loira gostosa, o carrão com a estrela da TV,
o último produto – ansiedade perpétua, e continuaremos ansiando:
e, quando chegar a noite, desmoronaremos.