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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Roteiros de Nirton Venâncio (Nilto Maciel)



(Nirton Venâncio)

Quando vivia em Brasília, quase nunca eu via Nirton. Após o meu regresso ao Ceará, estive com ele duas ou três vezes lá, e outro tanto aqui. Numa das vindas dele, marcamos encontro em hotel à beira-mar, onde se hospedavam cineastas, atores, atrizes, participantes de um festival de cinema aqui. Pus-me a andar pelo hall. Todos os sofás ocupados. Gente de todos os tipos para lá e para cá. Sentia-me um ser estranho. E era. Vontade de sair logo dali, ver pessoas comuns. Recostei-me a uma pilastra. Por que Nirton não aparecia logo? E apareceu. Fizemos as perguntas possíveis e necessárias. Entretanto, não podíamos conversar, tal a algazarra. Por que não vamos tomar uma água de coco? E saímos do hotel. Atravessamos a avenida e nos sentamos em cadeiras de uma barraca. Nirton se disse cansado e solitário. E com saudades do Ceará. Quero voltar, Nilto. Chupei o líquido do coco e vaticinei: Você não voltará. Ele se assustou e, como se o acusassem de crime hediondo, se defendeu: Preciso voltar. Quero viver o resto da vida aqui. Fui áspero: Não conseguirá. Por quê? Porque tem filhos. São crianças, sim, mas têm raízes, amigos. E, quando crescerem, serão pais. Isto é, você será avô. Estará irremediavelmente preso à terra onde eles nasceram e cresceram.

domingo, 3 de julho de 2011

Alaor Barbosa: a universalidade do sertão (Mário Jorge Pechepeche)

(Alaor Barbosa)

A incursão crítica abrangendo todo o copioso cenário perspicaz e arguto dos livros de Alaor Barbosa será impelida inexoravelmente a uma amplificação gigantesca do uso do arsenal de análise literária. O conjunto de inumeráveis configurações e subsídios gerados pela leitura de seus livros obriga, por suas faces multifacetadas, que o estudioso ultrapasse o que seria apenas um rito de visão imediata e contida para desdobramentos dialéticos da extensão de observatório de letras.