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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Adriano Espínola e a beleza das arraias no céu (Nilto Maciel)

(Adriano Espínola)

Passei grande parte da vida a girar em torno de mim mesmo, mãos na linha que empinava pipas coloridas, olhos no céu sem nuvens e nos urubus. Quando conheci Adriano, meu mundo girava em torno de um saco de papel. Era 1976 e preparávamos o nascimento da revista O Saco. Um dia, saímos, Carlos Emílio e Jackson Sampaio, à cata de gênios nos pátios da Universidade Federal do Ceará. E vimos um sujeito desgrenhado, calças frouxas, a carregar um matolão de livros. Quem é este doido? Apresentaram-me o estranho. Formado em letras no ano anterior, Adriano dava aulas na jovem Unifor (Universidade de Fortaleza). Só isso? Não, isto é só a casca. Lembrei-me da cantiga de Reis: “Esta casa está bem feita / Por dentro por fora não / Por dentro cravos e rosa / Por fora manjericão”. Carlos e Jackson completaram: Este é o melhor poeta cearense da nova geração. Tem livro? Ainda não.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Vocação de escritor: a essência da escrita de Vasto Mundo (Reyvaldo Vinas)

(Alaor Barbosa)

Ouvi do poeta Affonso Romano de Sant’Anna, na ocasião em que editava seu livro A sedução da palavra, publicado pela Letraviva, uma afirmação no mínimo incômoda: o verdadeiro escritor é aquele que, se deixar de escrever, para de respirar.