(Ático Vilas-Boas)
Em todas as artes podem ser encontradas com certa facilidade duas vertentes categóricas: a de jovens gênios que, numa idade mais avançada, se apagam completamente para a criação, e a de artistas maduros que ignoram o passar do tempo e continuam criando obras de grande vigor estético talvez até mais transgressoras do que aquelas do tempo de juventude. Os exemplos são muitos. E em todos os segmentos. A título de ilustração, tome-se como exemplo apenas um nome da história da música: Giuseppe Verdi, o gênio da ópera italiana que viveu 88 anos e construiu uma das obras mais altas e coerentes de que se tem notícia, produzindo verdadeiras filigranas da música lírica até o fim da vida.