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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Cantos do Outono (Silmar Bohrer)



Os ares embalsamados
pelas doçuras do outono,
tico-ticos dando o entono
de cantores inspirados.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A ficção de Ângela Calou (Inocêncio de Melo Filho)



É com o livro Eu tenho Medo de Górki e outros Contos que Ângela Calou estréia em nossa literatura, confirmando ser ela o milagre mais recente do conto Cearense. Seus textos são bem tecidos e lhe permitem usufruir do espaço pertencente a Joyce Cavalcante e a Tércia Montenegro. Nesta obra de estréia já podemos identificar dizeres acertados que norteiam o início de uma fortuna crítica manifestada nas orelhas do livro e no prefácio, tendendo ampliar-se a partir das novas leituras que hão de ser feitas pelos estudiosos e críticos literários. Justificando o que estou a dizer, Pedro Salgueiro assim se expressa: “Ângela calou, em seu belo e pungente Eu tenho Medo de Górki & outros contos, nos traz histórias cativantes, ternas e instigantes ao mesmo tempo. Contos bem ditos sem serem comportados. Com leveza vai tecendo suas tramas, com inventividade vai nos cativando linha a linha, parágrafo a parágrafo, conto a conto. Sabe como dizer e, principalmente, tem o que nos contar. Não nos sentimos enganados com (apenas) as pirotecnias dos falsos inventores, tão em moda nos nossos tempos. Tércia Montenegro de forma acertada nos revela: ‘Ângela sabe qual o seu papel de criadora: aceita mexer nas formas estáveis, não se satisfaz com convenções. Cada uma de suas histórias é um gesto libertador, uma espécie de ultrapassagem. A escrita não se define “pela técnica dos dicionários”: procura sua própria medida de linguagem, seus feitios de modelar o texto, figurá-lo como vida literária”.