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sábado, 20 de agosto de 2011

A Malindrânia de Adriano Espínola (Nilto Maciel)


Falaram-me de um livro de contos de Adriano Espínola. E ainda disseram, maldosamente: “Todo mundo agora quer ser contista”. Ora, inúmeros grandes poetas também são bons contistas ou romancistas. Até duvido da grandeza de escritor que não seja poeta. Escritor de prosa (ficção ou não) alheio à poesia não passa de contador de histórias ou cronista de fatos e festas. Depois li umas resenhas de Malindrânia (Rio de Janeiro: Topbooks, 2009). A de Aíla Sampaio me deixou perplexo. O que é natural. Intitula-se “Malindrânia: relatos urbanos entre o surrealismo e o fantástico”. Não se trata de resenha, mas de estudo, porque a autora de Os fantásticos mistérios de Lygia (um dos mais fascinantes mergulhos na obra de Lygia Fagundes Teles) não se contenta com passeios à beira do mar: afunda-se nos sete mares e, mais saltos n’água daria, fossem mais fundos os oceanos. Li também o artigo “A perseguição do inatingível”, de Ildásio Tavares – outro poeta (baiano) saboroso –, publicado no caderno Ideias do Jornal do Brasil, de 20/2/2010, pouco antes de seu falecimento (31/10/2010).

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Anônimos e famosos (Adelto Gonçalves*)


I
Não há quem não aspire à celebridade, ainda que instantânea, os famosos quinze minutos de fama a que todos, um dia, teriam direito, na igualmente célebre previsão de Andy Warhol (1928-1987) da década de 1960. Até mesmo aqueles homens célebres que anunciam aos quatro cantos do mundo que não mais recebem a imprensa, pois o que mais prezam na vida é viver em reclusão, longe dos olhos da multidão, no fundo, o que querem é chamar a atenção de todos. Ou será que não era exatamente isso o que pretendia o famoso J. D. Salinger (1919-2010)? Ou a bela Ava Gardner (1922-1990), que passou o seu último ano de vida reclusa num apartamento em Londres?