(José Bezerra Cavalcante)
Primeiro:
Assisti, no Festival de Cinema de Brasília de 2002, a um filme de intensa beleza – “Desmundo”, de Alain Fresnot, fotografia de Pedro Farkas – no qual conheci o Brasil recém-descoberto, dotado de um idioma que exigiu legendas pra tornar o diálogo inteligível. Bem. Os bons poemas de José Bezerra Cavalcante, superpopulados de expressões datadas por Joaquim Osório Duque Estrada e José Pedro Xavier Pinheiro – como fúlvido, incunábulo, paramento, fulgor, cimalha, cincerro, ganga, cítara – remetem-me a uma época bem mais recente que a do Descobrimento, mas ainda não nossa: a da criação do Hino Nacional e da primeira tradução brasileira de “A Divina Comédia”.