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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Alguns versos de Batista de Lima dignos de moldura (W. J. Solha)




Como costumo ler com marca-texto na mão, O Sol de Cada Coisa - de Batista de Lima - me proporcionou bela coleção de achados:


Palavra são panos poucos
a cobrir tantos abismos

um domingo
que se cansou de ser semana


a procissão se indo
com um santo de costas
no vazio do andor


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A menina e o cachorrinho (Assis Coelho)


 
Quando chovia no bairro parecia que os rios migravam para as estreitas ruas. Era quando a meninada podia banhar e brincar naqueles pequenos rios turbulentos. Nem ligavam para o que vinha com a água barrenta. Era só começar a chover e saíam dos barracos com bolas velhas, bacias que se transformavam em barcos, restos de carros que se tornavam pranchas e outras improvisações que compunham o cenário de um balneário às avessas.