No prefácio a Intramuros, cuja primeira edição foi publicada em 1998, Fausto Cunha reconhece na obra um livro de maturidade, em que se equilibram duas linhas presentes desde sempre na poesia de Astrid Cabral, já anteriormente rastreadas por Lélia Coelho Frota: “a fenomenologia do mundo real e o conhecimento dos arquétipos”. Com efeito, a partir da síntese dessas duas modalidades cognitivas, Astrid Cabral foi capaz de elaborar uma poética inconfundível, cuja postura perante o mundo sempre opera conciliando a intuição e a sensibilidade; quando a isso se soma a elevadíssima qualidade formal de sua poesia, torna-se facilmente compreensível o lugar de destaque por ela já assegurado entre os grandes nomes da poesia brasileira.