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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Tércia Montenegro e o estado sólido do tempo (Nilto Maciel)

(Tércia Montenegro)

A leitura de O tempo em estado sólido (São Paulo: Grua, 2012), de Tércia Montenegro, me levou aos seus primeiros livros: O vendedor de Judas (sobre o qual me debrucei por uns dias e escrevi um artigo), Linha férrea e O resto do teu corpo no aquário. Levou-me também aos conceitos de conto, relato, narrativa, história, fábula, alegoria, etc., da ampla família que vem dos tempos das lendas (trechos da Odisseia, da Bíblia, etc). Não quero, porém, me perder em comparações e, muito menos, em conceituações, definições, lucubrações de teórico da literatura, que não o sou. Admito, porém, estar diante de uma escritora talentosa. Seria exagero falar de excepcionalidade. Ou tecer frases de puro elogio, como “prosadora que veio para inovar a ficção”. Nada disso: Tércia, ao contrário de muita gente cheia de títulos na testa, lê, relê, escreve, reescreve, corrige, suprime, modifica o que inventa, incansavelmente. Como qualquer ser humano dedicado às letras, consciente de seu ofício e sabedor de que fama e sucesso são apenas ilusão.


domingo, 3 de junho de 2012

Sala de jantar (Tânia Du Bois)



“Sala de jantar // A mesa diz: sim, mas você tem que se cuidar um pouco mais // ... E há também um bufê cheio / de taças. O que quer que digam, / diz, creio que ficarei satisfeito... ” (Joan Brossa)

Por costume, a casa tem sala de jantar. Espaço a garantir que ela seja ocupada em momentos importantes: o consumo e a reunião ao redor da mesa, onde o ar atravessa a cortina como fruto do encontro. “... Lá fora o vento morno impõe o riso / de quem degusta estrelas: e há licores / na sombra onde comer não é preciso...” (Jorge Tufic).