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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Marly Vasconcelos (Jarbas Junior)

Crônica nº 1 dos membros da ACL
(Escritora Marly Vasconcelos)


Sempre considerei adequado à poesia, esse nome de suave leveza azul. Li um poema dela, tinha adolescência na alma ainda, foi num livro de português da antiga oitava série ginasial. Apreciava muito tais compêndios didáticos, verdadeiras antologias de iniciação literária. Os da Magda Soares eram os meus preferidos. O texto de Marly figurava em versos livres admiráveis, de ritmo largo e vibrante como as vagas da Praia do Futuro. As metáforas fluíam espontâneas como em “profundamente” de Manuel Bandeira.

Alquimia matinal (Luiz Martins da Silva)



Toda manhã, bem cedinho,
Feito oração saborosa,
Uma história de carinho
Vem aquecer a memória.

Descobriu um pastorzinho,
Lá nos rincões da Etiópia,
Cabritas pulando eufóricas
Depois de pastar a frutinha.

Mal sabia o abissínio
Que o efeito do café
Hoje, depois de milênios,
Ainda bota a gente em pé.

Por isso faço esta ode
E de todo o coração
Dedico ao pastor de bodes
Estes versos de fogão

Saídos, passados na hora,
Feito licor aromático
Dádiva vegetal generosa
De tantos poderes mágicos.

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