Que é poesia? Para alguns, encantamento, mistério, enlevo de alma. Para outros, jogo de palavras, linguagem, participação. E para uns poucos, como eu, é tudo isso e mais um pouco, desde que haja como complemento doses equilibradas de tolerância e solidariedade. Há, ainda, aqueles — talvez os menos tolerantes — que a defendem como expressão máxima da língua, dentro de uma sintaxe e de um princípio formal preestabelecido.
Translate
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Fragmentos e desculpas (Henrique Marques-Samyn)
A certa altura de Libido aos pedaços, afirma Otávio, o protagonista: “Acho que já é público. Freud também tinha sua adorável cunhada − Minna Bernays − que, dedicada, o acompanhava discretamente em suas viagens de observações, estudos, pesquisas, lazer, férias, sei lá mais o quê. Tenho cá minhas suspeitas. E já andaram pesquisando, falando e publicando coisas assim. Resumindo, Minna Bernays ficou solteira a vida toda. Se Freud não explicou isso, Otávio Nunes Garcia reverbera que o eu de todo mundo tem seu duplo vagabundo”. Otávio insinua, suspeita, desconfia − não só nesse trecho, mas ao longo de todo o romance. Não é um sujeito muito confiável, se é que há alguém digno de confiança no romance de Carlos Trigueiro. Por outro lado, as frágeis justificativas e os patentes cinismos que permeiam as relações humanas figuradas em Libido aos pedaços fazem do romance uma acutilante peça de reflexão sobre a sociedade contemporânea.
Assinar:
Postagens (Atom)
TODOS OS POSTS
Poemas
(615)
Contos
(443)
Crônicas
(421)
Artigos
(371)
Resenhas
(186)
Comentários curtos
(81)
Variedades
(59)
Ensaios
(47)
Divulgações
(26)
Entrevistas
(24)
Depoimentos
(15)
Cartas
(12)
Minicontos
(12)
Prefácios
(9)
Prosa poética
(7)
Aforismos
(6)
Enquete
(6)
Diário
(5)
Epigramas
(4)
Biografias
(2)
Memórias
(2)
Reportagem
(2)
Aviso
(1)
Cordel
(1)
Diálogos
(1)
Nota
(1)
TEXTOS EM HOMENAGEM AO ESCRITOR NILTO MACIEL
(1)
Vídeos
(1)
Áudios
(1)