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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Horas gastas (Tânia Du Bois)




“...Onde os fantasmas que calavam /...e as coisas que as horas gastavam?...”
                                                                                                 (Lúcia Fonseca)

            Horas gastas é a arte de esquecer, é memória emotiva, aquela que se preocupa apenas em lembrar o que interessa como o essencial para viver. É preciso refletir para lembrar, identificar e imaginar. Nada mais apropriado do que a arte de ler, exercício que estimula a imaginação, sem gastar as horas. Segundo Orides Fontela, “Memória // A cicatriz, talvez / indelével // o sangue / agora / estigma.”
           

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Dom Airton das pernas finas (Pedro Salgueiro)

(Airton Monte por Raymundo Netto)
 
Nosso cronista Airton Monte tem sido tratado com bastante reverência, seriedade e pompa, advindas, claro, de sua cruel doença e lamentável morte. Aliás, como toda morte deve ser, sim, tratada. Mas me pego imaginando ele presente em seu velório, solenidade de cremação, missa de Sétimo Dia, escondido por trás de todos, rindo de toda aquela solenidade, com o traquino riso fácil que era muito dele: do escárnio de quem ria de tudo, de quem “gozava” do mundo, de quem “mangava” de todos.