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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Da leitura de Ádlei, Cagiano, Whisner e Kelmer (Nilto Maciel)





Ganhei, recentemente, três livros. Como não me sinto mais disposto a resenhar tudo o que leio, darei apenas notícia deles. Um registro, como faziam os antigos. Dolor Barreira (1893 1967), o maior historiador da Literatura Cearense, se valeu muito desse tipo de anotação, para construir o monumento de quatro grossos volumes intitulado História da Literatura Cearense. Não tenho tais pretensões. Sobretudo, porque não me confino à província de José de Alencar.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Nada (João Soares Neto)


 

Eu não sou um guarda-chuvas. Sou uma guarda-nada. O nada é o que prefiro guardar, escrever, ler e sentir. Se fosse um guarda-chuvas protegeria alguém, mas como sou um guarda-nada a quem posso proteger?
No meu nada estou incluído, dele vim e a ele voltarei. Leia as belas frases de Clarice, mas eu sou eu e o nada está por perto. Sempre mais perto do que o tudo. E chove. Estou sem guarda-chuvas e não sinto nada. O nada é também uma expressão de sentimento. E a água que me afaga também pode me afogar. A diferença é um nada. Veja como um nada faz a diferença.
Não, esta conversa não é sem sentido. Ela tem começo com a Clarice e belos arranjos com guarda-chuvas e os meus arranjos são com nada.
Assim, deixo o nada com você para que coisa nenhuma aconteça.
Não bebi nada. Não pense que isso é fruto de nada. Não é. E é.
A decisão é sua ou do nada que sempre nos acolhe ou encolhe, virando quase nada, um nadinha.
Se você não entendeu o que escrevi. Nada contra.

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