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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Aos vivos, hoje (Jorge Pieiro)

Aos vivos, hoje. para que testamento não...


 
para que testamento

não ponham flores no túmulo

não usem fumo mesmo que recrudesça a moda
não coloquem notas nos jornais
não enviem mensagens de luto pelas redes sociais
não produzam ritos de corpo presente
não chorem... não chorem...

Quando madrugar, me acorde... (Abel Sidney)




Juninho, com seus seis anos completos de menino inquieto e questionador, não gostava que o pai mexesse com galos de briga.  

Preferia acompanhá-lo, mesmo noite adentro, ressuscitando motores enguiçados. O nome de cada peça, que ele exigia que o pai pronunciasse enquanto consertava, o fascinava – biela, mancal, virabrequim, bronzina, pistão...