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sábado, 10 de novembro de 2012

Paralisados pelo excesso? (Emanuel Medeiros Vieira)





Para os “rapazes” de 1964
Para todos os amigos que ainda “carregam” algum sonho (não pecuniário)

“Cada leitor é, quando lê, um leitor de si mesmo” (Marcel Proust – 1871–1922)

“O preço da graça que recebemos é nos mantermos fiéis a ela, e nos tornarmos os porta-vozes dela, a linguagem dela. A graça quer aceder ao mundo através da nossa boca que fala” (Hélio Pellegrino– 1924–1988)

A sobrecarga de informação recebida por usuários de internet está mais ligada ao consumo do que à produção, na visão de Luli Radfahrer, professor de comunicação digital da USP. A pessoa pode agora estar produzindo o mesmo que três antigamente, mas não está recebendo o triplo, e pode sentir-se menos produtiva do que nunca, acredita David Allen.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Was will das Weib? (W. J. Solha)



          O que quer a mulher?, disse Freud, gênio que, como todos, deu suas mancadas, uma das quais a formulação da teoria da inveja feminina pelo pênis, difícil de acreditar, uma vez que o orgasmo da mulher é muito mais intenso que o do homem, a ponto de levá-la ao desmaio, como o de Lenita de A Carne, de Júlio Ribeiro, enquanto ele (pra sua própria satisfação) tem de ficar na retranca no jogo, pra administrar o gozo.  Claro: a Natureza dá muito mais à mulher, porque muito mais exige dela. Ou exigia, porque as coisas mudaram e continuam mudando, de uns tempos pra cá. Em Os Irmãos Karamázovi há um capítulo chamado “O Grande Inquisidor”, em que esse personagem do século XVI promove apresentações teatrais cuja figura central era sempre a Virgem, porque – segundo Ivan Karamazov – quinze séculos se haviam passado e a promessa da volta de Cristo não se cumprira, daí a troca de foco, com ênfase, da Igreja, nas aparições de Maria. Ideia que parece correta... em parte, pois havia também o interesse em sacralizar a virgindade feminina, a começar pela dela, que passou a ser interpretada como perpétua, apesar de tão claramente se ler em Mateus 12,47: Eis que estão aí tua mãe e teus irmãos – mater tua et fratres. E haja belas e jovens mártires a preferir a morte ao pecado. E quanta publicidade se viu, a partir da segunda grande guerra, nesse mesmo espírito, reduzindo o supremo objeto de desejo da mulher a uma nova enceradeira, fogão mais moderno, geladeira maior, e ainda houve resquícios disso na recente passagem do sabão Minerva, em barra, pro Omo, em pó.