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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Prisma (Nathan Matos)









Medíocres palpitares.
                                               Sensações incontínues.
                        Dis
for                  mes                correções
zune tempo!
Zune!
zune mundo safado que se ergue feito a Torre
ah... ah...
se fosse tudo azul e corretamente correto
[as cores coloridas que se fazem nos papéis
nos papéis
nos anéis das crianças
perdidas ideias
presas ideias pelas mães pelos pais pelos irmãos
[pelos tios pelos avós pelos pêlos
o cachorro não é cachorro só por ser cachorro
[o cachorro tem de ser cachorro por que não é cachorro
                                                                                  Prisma.
Prisma.                                 Mrisma.                    Srisma.

Tecno, tecnob, tecnologia retardada
[totalmente binária pela sociedade caduca
caduca claudica conduta por cima na cama
[me chama bendita amargura sabida
dói
dói?
Dói!
e o prisma se ofende pelas letras inconsequentes.
Prisma o prisma prismado.
cisca  a galinha no cercado cercada de arames farpados
avoante que se preze é comido assado
capote assado
tatu faz mal
diasediasediasediasediasediasediasediasediasediasediasediasediasediasediasediasediase
diaseideias
ai meu juízo consagrado... pedra!
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terça-feira, 13 de novembro de 2012

O encantamento pela linguagem (Hermínia Lima)





A obra que nos inspira para o texto que ora escrevemos começou a provocar-nos pelo título: Os acangapebas. Ao lê-lo, pela primeira vez, na ocasião do lançamento, nos perguntamos o que significaria o termo "acangapebas"? Ou, quem são esses "acangapebas"?

Para nossa felicidade, ao folhear o livro, encontramos, logo no início, a resposta a tais indagações. O autor, Raymundo Netto, teve a ideia, ou melhor, o cuidado de transcrever um verbete do Silveira Bueno esclarecendo, "acangapebas: cabeça-chata. De acanga, cabeça; peba, peva, chata". Bom, lido isso, pensamos: "cabeça-chata"... algo a ver com os cearenses? Ao deparar-nos com os tipos que povoam a obra e, em especial, com os que protagonizam o conto cujo título nomeia o livro, "Os acangapebas", confirmamos a nossa suposição em relação ao significado da palavra. Constatamos que, a julgar pelos perfis físicos e psicológicos dos que habitam a referida obra, é possível afirmar que se tratam de tipos bem cearenses. E seguimos com a leitura, livro adentro, querendo saber mais sobre os acangapebas. As descobertas foram muitas e as surpresas várias.