(Almoço na relva, de Edouard Manet)
Ouço no canto o grito do silêncio
nas madrugadas que se ofertam
em oportunidades perdidas
aos dias que se anunciam:
o estupor do corpo
ante a luz
amanhecida
aterroriza o gesto
depois da hora
ouço o desencanto da voz
em conversas e desdouros
o grito sutil da descoberta
do corpo sobre a relva
amanheceres repõem
dúvidas desconsideradas.
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