Quase
todo dia batem palmas diante de minha casa ou acionam a sirena do portão.
Ninguém me vê, pois o muro é alto e a grade de metal não tem brechas. Se
quiser, posso enxergar a rua, pelo olho mágico. Se não desejar sair ao jardim,
dirijo-me à janela de um dos quartos: Quem é? Na maioria das vezes, são
missionários cristãos. Queremos falar da palavra de Deus. Desculpem, mas estou
de saída. Arranjo sempre uma desculpa (mentira), para não abrir as portas de
minha morada aos pregadores.
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sexta-feira, 30 de novembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
O som que rola (Carlos Nóbrega)
O ruído metálico de uma porta de enrolar
abrindo-se na vendinha:
é tão manhã.
É tão rigorosamente manhã
na alma grossa do velho bodegueiro
o subir estrepitoso desta placa ondulada ...
Mercadorias humildes amanhecem nubladas
e o primeiro freguês, que não compra nada,
sai com o seu bigode de antigamente
ouvindo da gaiola pendurada
o canto desesperançado de uma avezinha
a se debater no impossível voo ...
Ai a grande poesia desamparada das lojas falidas!
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