(Paulina Chiziane)
Para João Craveirinha, pela amizade e pelos
subsídios fornecidos para este ensaio.
I
Se
a literatura escrita por mulheres já é um mundo diferente, abordado por ângulos
que romancistas e contistas homens dificilmente veem, imaginemos, então, o que
pode ser o mundo visto por uma mulher africana, moçambicana, ainda mais se é
governado por costumes e tradições que nos soam estranhos. Esse estranho e mágico
mundo é o que oferece em seus livros Paulina Chiziane (1955), a primeira
romancista negra de Moçambique.