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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Maldade (Pedro Du Bois)




 









Traz a sina
a sanha
a peçonha do desencontro:

o veneno inoculado
no escasso esforço
de se dizer ausente.

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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Rês ligeira, vaqueiro bem montado (Nilto Maciel)





Imprimi uma relação de nomes e pus a folha sobre a mesa. Só de estudantes que me visitam com frequência ou participam das aulas em minha oficina. Precisava de três deles para um serviço: ler três publicações novas de prosa de ficção. De olhos fechados, apontei o dedo para os nomes. O primeiro escolhido foi Luciano de Barros, a quem coube Entre o elevador e a praça, de Fáttima Britto. A Camila Peçanha ofereci A arte de afinar o silêncio, de Mariel Reis. Para Simone Farias reservei A menina das flores, de Arine de Mello Jr. Eles sabiam o que fazer: ler, com olho crítico, e, em dia com eles marcado, comentar comigo as obras lidas. Ontem se realizou a sabatina. Chegaram cedo, logo após o almoço. Eu examinava a primeira edição de Mundinha Panchico e o resto do pessoal, de Juarez Barroso. O rapaz se interessou pelo impresso: “Já li e ouvi comentários a ele, mas nunca o vi”. Podia levar, se quisesse. Porém, devolvesse logo, que tenho muito ciúme das minhas pérolas. Camila quis se exibir: “Um dos melhores contistas cearenses do século XX. Não é verdade, professor?” Dei opinião: Um dos melhores contistas brasileiros. Simone não quis ficar para trás: “Melhor do que este aí é Joaquinho Gato. Virou-se para mim, em busca de aprovação: “Ou não é?” Dei resposta vaga.  Deveríamos nos dedicar aos escritores do dia.