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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Sobre "Cordel de algodão e sal"



(Tanussi Cardoso)


“Cordel de algodão e sal” (resenha de Poemas cuaze sobre poezias , de Cleyson Gomes; Algodão e sal , de Antonio Francisco e Maria Maria Gomes; e Misto Códice/ Códice Mestizo, de Paulo de Tarso Correia de Melo, tradução de Alfredo Pérez Alencart, publicada no blog no dia 24/1/2013) mereceu o seguinte comentário do poeta e crítico Tanussi Cardoso: "Caro Nilto, o que dizer sobre um grande contista que, ao fazer uma análise crítica, "brinca" com as palavras de tal forma que, ainda que não queiramos, nos vemos no prazer de continuar seguindo o pensamento até o fim, presos pela enorme habilidade de contar que Deus lhe deu? Ao término, sou tomado pelo espanto da velocidade verbal de quem nos escreve! Lúcido, objetivo, perfeito! Ah, se todos os críticos tivessem a lealdade e a beleza textual sua, meu irmão... Parabéns! E obrigado por nos deixar aprender com você. Abração do Tanussi"
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Beija-flor (Clauder Arcanjo)




Para José Nicodemos de Souza

A tarde se abraçava com uma tristeza inconsútil. Daquelas que se achegam como quem não quer nada e vão, insidiosas e trigueiras, jogando seu manto melancólico sobre o nosso colo, tornando-nos sensaborões silentes, casmurros como quê.
Assim eu me encontrava, caro leitor, domingo último. Espezinhado por aquele fim de semana, resolvi sair. Pus um bermudão florido, camisa de meia com mensagem ecológica, chinelos surrados, e fui à rua. “Quem sabe não me dou de cara com a Ventura!” — pensei. Melhor, desejei.