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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Vauvernagues (Franklin Jorge)



 
Nunca me ocorreu interrogar minha avó sobre sua admiração por Vauvernagues [1715-1747], cujas máximas – citadas quase sempre para aclarar uma circunstância ou servir de esteio a uma lição – lastrearam, de alguma forma, a minha educação.

Minha avó o lia num pequeno volume encadernado em couro de porco, o nome do autor gravado em letras de ouro com duplos marcadores de cetim púrpura. O uso constante e obstinado que dele fazia aquela ledora desde o seu tempo de solteira, no Ceará-Mirim, até a sua segunda viuvez no Estevão, quando o livro desapareceu e nunca mais o vi em parte alguma, a não ser em minha memória, com as suas páginas já amarelecidas, impregnadas de vivências, recendendo ao delicado odor do seu suor.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Pra travar língua (Inocêncio de Melo Filho)




 







A papa queimou a papada do papa
O papa lambeu a papa da papada
O papa mal papou a papa
Gritou exausto do papado
Chutou o papeiro
A colher jogou longe
E se foi com seus fantasmas... 

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