(W. J. Solha)
Há
poucos dias vi entrevista de Affonso Romano de Sant´Anna, em que ele falava
sobre a situação da literatura brasileira contemporânea, com várias de nossas
grandes editoras compradas por outras, europeias, todas tendo como meta colocar
aqui seus autores, que já vinham com grande divulgação de seus países de
origem. Claro que isso tem a ver com o fato de que há anos não consigo emplacar
um livro numa delas, sendo que para ver publicados quinhentos exemplares, por A Girafa, de São Paulo, meu romance Relato de Prócula, que recebera uma das
dez bolsas de incentivo da Funarte no ano anterior, tive de desembolsar dez mil
reais. Confirmando que a situação da editora estava péssima, conforme me
dissera o José Nêumanne Pinto, ela quebrou em seguida e seu estoque passou para
a Escrituras. O Tarcísio Pereira, com seu excelente romance O Autor da Novela, obteve a mesma bolsa,
dois ou três depois, e até hoje está inédito.