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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Eça de Queiroz, moralista ou devasso? (Adelto Gonçalves*)




I

Não foram poucos os críticos e leitores menos desatentos que viram em Eça de Queiroz (1845-1900) um misógino de mão cheia. Motivos não faltam ao longo de sua obra e mesmo em sua correspondência com amigos, especialmente com Ramalho Ortigão (1836-1915). De fato, em muitos de seus romances e contos, são freqüentes palavras pouco lisonjeiras que dirige ao sexo feminino. Sem contar que a suas heroínas quase sempre reserva um final trágico, talvez como forma de punição a quem não soubera superar ou controlar os furores do sexo.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Um hiperbóreo chamado Oleg Almeida (Nilto Maciel)



(Oleg Almeida)



Em janeiro deste ano, ganhei muitos livros. Explorei quase todos, sem deixar de me devotar à copelação de um conto (imaginado recentemente), a anotações em meu diário, à revisão de Gregotins de desaprendiz (a sair, pela Editora Bestiário). Sim, tocaiava-me atrás de outros tomos e vivia (isto é, não lia nem escrevia). Não me queixo de tantos afazeres. Afinal, não sou vagabundo nem milionário. Como tenho me recusado o ofício de crítico e, até mesmo, de resenhista de meia-tigela, leio, faço anotações à margem de alguns impressos e solicito ajuda a meus alunos. Muitas vezes, me devolvem os compêndios sem a leitura completa deles. Alegam não ter tido ânimo para examinar todas as páginas. Semana passada, pedi-lhes mais um favor: mergulhassem em algumas dessas obras. Entreguei a Luciano de Barros Memórias dum hiperbóreo (Rio de Janeiro, 2008), e a Tamara Sobral, Quarta-feira de cinzas e outros poemas (Rio de Janeiro, 2011), ambos de Oleg Almeida. “Leiam, sem pressa e se tiverem gosto. Se for possível, comentaremos as duas publicações na próxima aula”. Ontem compareceram à minha casa. Como de outras vezes, Luciano trouxe (como se se tratasse de coisa) Paulo Veronese, que não é meu aluno, mas também gosta de literatura. Com Tamara veio Genésia Jacó.