(Homenagem a
Coelho Neto, poeta de um só soneto)
Ser poeta é andar por sobre um fio
de acrobata, é imolar-se por prazer,
não vacilar jamais contra seu ser,
e no poema escorrer-se como um rio.
É não ceder à letra por desvio
e, assim, matar certezas sem alarde,
sepultando os desejos que mais tarde
ou bem mais cedo explodirão sem brio.
Ser poeta é ser deus e, por tão pouco,
deixar que o chamem de profeta ou louco...
É ter, sem vaidade, a alma sem hímen.
É tudo isto e mais: Ao tempo impune,
gozando das delícias que Amor une,
ir sofrendo as paixões que nos redimem.
Teresina, PI, 14 de março de 2013
(Homenagem de Francisco Miguel de Moura ao Dia da
Poesia e aos poetas deste país Brasil)
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