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sábado, 18 de maio de 2013

O menino e a prostituta (Valdivino Braz)


(Conto de um tempo antigo)



        




          — Menino!
          — Senhor?
          — Sabe onde fica o mulherio por aqui?
          — Mu...o quê?
          — Mulherio. Casa de mulheres.
          — Ah, o senhor quer dizer a zona, não é?
          — Isso mesmo. Pra que lado fica?
          — O senhor está fora de rumo. A rua das mulheres fica praquela banda — apontou com o dedo —, lá longe. Mas eu sei onde tem mulher aqui perto. Se quiser, levo o senhor até lá.
          — Onde é?
       

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Inventar (Emanuel Medeiros Vieira)


Para Eduardo Dutra Aydos

 









 “Escrevemos/Porque sabemos/que vamos morrer.//Escrevemos/porque não sabemos por quê.” (“Pedra” – Francisco Marcelo Cabral)

Quisera inventar o tempo
seremos todos esquecidos –
o oblívio no final da estrada.
Distraímo-nos comprando coisas.
Mal fechamos os olhos
funda-se o esquecimento?
Sumimos do mundo.
(Antes: volúpia para ser celebridade, sonhando com vidas napoleônicas.)
Ai dos danados que resistem aos apelos e rompem com o dogma.
Quisera inventar o tempo.
Desterro!
“Vida é o que está acontecendo enquanto você está ocupado em fazer grandes planos”.
(“Life is what happens to you while you’re busy making other plans” – John Lennon, em tradução livre)
Ele – o Tempo –
Senhor do Destino – nos engole.
Não: desisti de inventar o tempo.
Basta o dia – levando à eternidade.
Mas faça sempre com Fé.

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