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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Passarinhos na prateleira (Nilto Maciel)







Ganhei, entre março e abril de 2013, mais três livros de prosa ficcional. Fiz anotações às margens e agora tentarei rabiscar umas impressões de leitura, embora não tenha compromisso com ninguém, sejam autores ou editores de jornal. Só o faço porque uma das missões a mim dadas se resume a divulgar a nossa literatura contemporânea.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A vida e a literatura de Guimarães Rosa (Enéas Athanázio)



“Meu lema é: a linguagem e a vida são uma coisa só.”
        (João Guimarães Rosa)





UMA BIOGRAFIA NECESSÁRIA

Em que pese a magnitude de sua importância nas letras nacionais, João Guimarães Rosa (1908/1967) estava pedindo um biógrafo. Ainda que tenha merecido até agora uma das maiores fortunas críticas de nossas letras, não havia encontrado quem se abalançasse a reconstituir passo a passo sua ativa existência e analisado em conjunto sua produção. Para isso deve ter contribuído a grandeza da empreitada, uma vez que rastrear os passos do mineiro que se tornou cidadão do mundo e autor de vastíssima e complexa produção ficcional não é tarefa para qualquer e tampouco daquelas que possam ser levadas a cabo com brevidade. Pelo contrário, exige competência, dedicação e beneditina paciência para vasculhar papéis, documentos, periódicos e livros, entrevistar numerosas pessoas, buscar informações esparsas, viajar, perquirir, cheirar, apalpar e, sobretudo, pensar. Além disso, é preciso dar vida ao biografado, sentir com ele, pulsar nas suas lutas, comemorar nas vitórias e amargar nas derrotas. Imprimir movimento à narrativa, evitando que se transforme em longo e tedioso relatório, como tem acontecido com tantas. Acima de tudo, terá que conhecer a fundo a obra do biografado, esmiuçando-a com paixão, lendo, relendo, treslendo sem cansaço tantas vezes quantas sejam necessárias.