"(...) mostrei-lhe os pavimentos de minha casa, as estantes dos
papiros, as obras raras" (...)
Apresentou-se
(no e-mail) como Juliana Venturoso de Azevedo Moura, leitora de Mia Couto,
Agualusa, Ondjaki. Sonhava com me conhecer pessoalmente. Enchi-me de emoção e
logo me rendi: “Sim, pode ser agora, venha, corra”. Meu nome surgira num bar.
Tive inveja dos rapazes que frequentam bares todas as noites e morrem de câncer
e angústia. Se tivessem intenção de me pegar em emboscada, visitassem os bares
do Benfica. Cercado de mocinhas, antigo cidadão sussurrava frases novas ao
ouvido da mais fresca, enquanto a cerveja esquentava no copo.