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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Delírios verbais em tarde de setembro (Nilto Maciel)



"(...) mostrei-lhe os pavimentos de minha casa, as estantes dos papiros, as obras raras" (...)



Apresentou-se (no e-mail) como Juliana Venturoso de Azevedo Moura, leitora de Mia Couto, Agualusa, Ondjaki. Sonhava com me conhecer pessoalmente. Enchi-me de emoção e logo me rendi: “Sim, pode ser agora, venha, corra”. Meu nome surgira num bar. Tive inveja dos rapazes que frequentam bares todas as noites e morrem de câncer e angústia. Se tivessem intenção de me pegar em emboscada, visitassem os bares do Benfica. Cercado de mocinhas, antigo cidadão sussurrava frases novas ao ouvido da mais fresca, enquanto a cerveja esquentava no copo.

Camilo Pessanha na intimidade (Adelto Gonçalves*)





                                                                                
I
Depois de publicar Clepsidra e outros poemas, para o qual escreveu o prefácio e fixou o texto, com ilustrações de Rui Campos Matos (Lisboa: Livros Horizonte, 2006), e A imagem e o verbo: fotobiografia de Camilo Pessanha (Macau: Instituto Cultural do Governo da R.A.E. de Macau e Instituto Português do Oriente, 2005), o pesquisador literário Daniel Pires (1951) acaba de lançar Correspondência, dedicatórias e outros textos, de Camilo Pessanha (Campinas: Editora Unicamp; Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal), que reúne 19 cartas do poeta português que se encontravam parcial ou integralmente inéditas e 59 que estão disseminadas por livros esgotados e por periódicos de difícil acesso.