Para o poeta Márcio Catunda
Dobrou
a esquina, e arrastou os seus passos cambiantes em minha direção.
Era
Quarta-feira de Cinzas, e ele, com as vestes surradas de um surrado pierrô,
ainda trazia nos olhos o lampejo da folia.
Parou
frente a mim, na dificuldade suprema de parar daqueles que há dias não
conseguiram parar. Fez-me uma saudação, flexionando ligeiramente o joelho
esquerdo. Apesar do ar patético daquela figura humana, o riso não tinha coragem
de pôr a cara a tapa.