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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A criação dos filhos (Pedro Du Bois)



 











Falamos sobre os desencontros
a água disposta
em consequência
               as folhas e pétalas
               rebrilham em gotas

falamos sobre a melhor
maneira com que criamos
os filhos: a água lava
               os corpos
               indiferentes.

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domingo, 10 de novembro de 2013

A escritura de Marcel Proust (Franklin Jorge)






A misteriosa irradiação do nome de Marcel Proust [1871-1922] –, desde a minha infância rural na Várzea do Açu – começou pelo uso afetivo e recorrente de um adjetivo que, aos meus olhos de menino inquieto e já dominado pela curiosidade intelectual, tinha o dom de recriar, num Fiat Lux!, o Paraíso na terra.

Esse adjetivo raro – não constaria de todos os dicionários – costumava ser empregado nos textos epigramáticos de Edgar Barbosa, um escritor ático que ao seu elegante estilo acrescenta a mutabilidade da literatura em suas decantações verbais da terra hereditária – o Ceará-Mirim –, guardiã dos ossos dos nossos antepassados e da memória de uma gente paciente e modesta dum burgo onde se forjou uma escola dedicada ao estudo, às letras e às artes da agricultura. Tradição que terá começado com o livro de Madalena Antunes Pereira, contendo as memórias de uma sinhá-moça, e continuou, após a morte de Edgar, com o escritor Nilo Pereira, Maria Lúcia Brandão e Sanderson Negreiros, gênios tutelares do Ceará-Mirim.