(Mercedes Sosa)
Falarei
sobre cultura. Cultura? Sim: sem pretensão e de maneira clara. Um dos temas que
mais problematizaram a minha geração foi a discussão sobre “alta cultura” ou
“baixa cultura”, arte “elitista” ou arte “popular”. O CPC da UNE, já na década
de 50 e também na de 60, pensou o assunto em reuniões, seminários, obras de
arte. E subiu o morro. Lógico, havia equívocos e um maniqueísmo ingênuo que,
dentro do contexto da época, até era possível entender. Por que não gostar de
Beethoven e de Carola, de Mozart e de Pixinguinha, de Bach e de Lupicínio?