E
eu, que não sou do rei
nem
súdito ou vassalo,
por
onde devo entrar?
E
como proceder?
Não
sei se falar deva,
levantar
a cabeça,
dar
passos de nobreza,
me
comportar direito,
com
modos de estrangeiro.
Onde
amarrar meu burro?
E
as pernas repousar?
Talvez
sonhar nem possa.
As
paredes esmurro
pisais
dele tapetes,
com
pés de passarinho.
Eu
voo oculto em sons
e
sombras. Passo ileso
pelas
trincheiras vãs.
Escombros
após morros,
sujeiras
aos montões.
De
cima vejo as torres,
colunas
deste paço,
do
palácio do rei.
Hienas,
cachorros e outros
guardas
me perseguem.
Vós andais entre os muros,
Vós andais entre os muros,
mãos
dadas a princesas.
Aves
sem plumas coçam
com
bicos os poleiros.
Eu
me escondo de todos,
com
medo dos psius,
de
apitos e sirenas.
para
de perto ver
a
solidão de amantes.
Ouvis sons de trombetas,
Ouvis sons de trombetas,
hinos
sacros cantais.
Eu
sou ocidental,
se
sois orientais.
Do
nascente cheguei,
do
mistério dos mares,
se
do poente sois.
Não
sei de cançonetas,
nem
de canções ou
Vós
sois os menestréis,
as
violas tocais
e
recebeis esmolas
de
condes e condessas.
Então
me recrimino:
por
que te escondes tanto,
se
nada deves tu
ao
erário real?
Que
no palácio faço,
se
sou de muito longe,
se
sou nato plebeu?
Pois
direi a verdade:
Quero
a morte do rei.
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