(Quadro de Badida Campos)
De repente, estou muito só, mas muito mesmo. O velho nó no estômago começa a apertar de modo inusitado. Como um alicate delicado, mas fiel à sua função. Decido, pela milésima vez, ir a um psiquiatra. Não é possível repetir sensações nauseabundas todos os anos de uma vida longa. Há que experimentar mudanças sempre, coisa que, cada vez mais, desanimo de levar adiante. Claro que, na minha idade, nada pode ser “para melhor” – penso, com meu realismo de quem já leu e sentiu muito Fernando Pessoa.