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domingo, 19 de janeiro de 2014

Amor, sempre amor (Francisco Miguel de Moura)





(Quadro de Badida Campos)

Eras tu a mais linda da cidade.
E eu cheguei, um matuto impertinente,
apelidado até de inteligente
por colegas, amigos na verdade.

Teus sorrisos me enchiam de vaidade
e àqueles que te tinham de inocente,
e a mim me enfeitiçaram de repente,
como ninguém calcula. Ninguém há de

saber o que lutei para ganhar-te,
para querer-me ali, e em qualquer parte,
e, enfim, nos enlaçarmos com ardor.

Fogo em que conservamos, te asseguro,
a minha felicidade e o teu futuro
para viver tão puro e santo amor.

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sábado, 18 de janeiro de 2014

O homem e a cura (Belvedere Bruno)





Fazia um tempão que nem alegria eu tinha. Tudo o que mais gostava, agora jogava fora. Enjoei de tudo: amizades, papo no boteco, sinuca. Pra quê, se era sempre a mesma coisa? O pessoal resmungava: cadê Diógenes? Onde andará metido aquele cara? Vai ver arrumou alguma nega e se mandou. E eu nada. Era comer, deitar e dormir.