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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O homem desoriental – XVII (Mariel Reis)



 










Não se exaspere com a morte.
É apenas uma palavra
Cava dentro do peito
Repleta de sons agudos.
Não, não se intimide
Com o susto
Embora parte do meu rosto
Permaneça indecifrável
E repouse, nessa sala,
Sob o escuro.

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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Mendoza e uma esquecida fórmula cervantina (Adelto Gonçalves *)




            Em 1975, três meses antes da morte do generalíssimo Franco, a Espanha, entre satisfeita e perplexa, descobria um romance que, por sua originalidade, contrastava com tudo o que se escrevia no país àquela época. Chamava-se La verdad sobre el caso Savolta (Seix-Barral, Planeta Espanha). E seu autor, Eduardo Mendoza, passava a ocupar um lugar no altar reservado às promessas literárias. Era o momento em que a literatura espanhola, sem medo de reconhecer a influência dos grandes escritores do boom latino-americano, como Gabriel García Márquez, Julio Cortázar e Mario Vargas Llosa, reciclava-se e passava a apresentar um produto novo.