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terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

O fogo e a luz (Nilto Maciel)


(Close to the Edge)

 
Porque suas palavras vieram voando no brilho dos olhos, correndo nas batidas do coração, deslizando no suor da pele, cantando na carícia de todo o corpo dele, eu me fiz nuvem e desfiei-me ao seu chegar, aceitei-me chão e espichei-me ao seu retorno, constituí-me árvore e me deixei lamber pela sua maciez, assumi-me natureza e atentei para a sua melodia.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

Utopias, mentiras e verdades (Nilto Maciel)


Por volta da sexta década do século XIX, centúrias após as primeiras utopias e mentiras que apresentavam como cenário a América, Pedro Théberge, num livro precursor, Esboço Histórico Sobre a Província do Ceará, historiou a vida da então província do Ceará e, a par disso, teceu algumas considerações humanísticas a respeito do já extinto índio cearense. A primeira dessas observações revolucionárias, muito embora tenha feito o autor uma dedicatória a D. Pedro II, esclarece: “Todas elas (as tribos que habitavam o Ceará) desapareceram com-pletamente, ou pela perseguição dos invasores ou pelos efeitos de nossa civilização que não convinha à sua natureza, ou enfim pelas moléstias epidêmicas que lhes trouxemos da Europa, como a bexiga, o sarampo e outras que os dizimou (sic) repetidas vezes”. (1)