Na mesma linha de denúncia através da farsa ou caricatura, esta novela se estrutura em torno da alienação que marca toda uma geração de índios integrados no mundo dos brancos: do visionário e tolo herói-bufão, Antônio da Silva Cardoso, ao seu bisneto, José, incluindo seu filho João e seu neto Pedro. Todos eles igualmente revoltados contra as autoridades invasoras que destruíram não só a cultura, mas também a dignidade humana dos índios. Todos eles empenhando a própria vida, um a seguir do outro, na luta falaz contra o poder que os esmagava..., mas não chegando além da loucura que determinava os seus gestos e decisões. Todos esses fazedores de guerras nunca desencadeadas!
Translate
domingo, 26 de novembro de 2006
O pio da cauã (Nilto Maciel)
Como se não sentisse o frio que lhe estremece o corpo, voltado para o Camucim distante, Taguaibunuçu solta baforadas de fumo. Olha para o fundo dos vales ainda adormecidos debaixo do lençol da noite. Mira a lua que foge triste por detrás dos montes. Pelas asas geladas do vento volta-lhe aos olhos perdidos a fumaça azulada, misturada à névoa. Acocorado, espera sozinho o regresso do Sol, imerso nas águas, tinto de sangue do mergulho prolongado. Sim, ele despertará a Ibiapaba com o lamber de sua língua ardente.
Assinar:
Postagens (Atom)
TODOS OS POSTS
Poemas
(615)
Contos
(443)
Crônicas
(421)
Artigos
(371)
Resenhas
(186)
Comentários curtos
(81)
Variedades
(59)
Ensaios
(47)
Divulgações
(26)
Entrevistas
(24)
Depoimentos
(15)
Cartas
(12)
Minicontos
(12)
Prefácios
(9)
Prosa poética
(7)
Aforismos
(6)
Enquete
(6)
Diário
(5)
Epigramas
(4)
Biografias
(2)
Memórias
(2)
Reportagem
(2)
Aviso
(1)
Cordel
(1)
Diálogos
(1)
Nota
(1)
TEXTOS EM HOMENAGEM AO ESCRITOR NILTO MACIEL
(1)
Vídeos
(1)
Áudios
(1)