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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Pequena resenha literária (Daniel Barros*)



PEQUENA RESENHA LITERÁRIA Daniel Barros* Hoje...





Hoje tive a grata surpresa de receber novo livro de Nilto Maciel – Gregotins de desaprendiz –, que me deixou ansioso para ler. O último que li foi Menos vivi do que fiei palavras, livro que me encantou e me surpreendeu. Como o próprio Nilto diz, e concordo com ele: “Gosto de surpresas...”, referindo-se a um romance que lia no momento, e que não a estava encontrando no tal romance.

Acredito que Menos vivi do que fiei palavras é um livro que deveria ser lido por todos que pretendem se tornar escritores. Acho que não foi esta a intenção dele, mas à medida que comenta outros autores, dá uma lição de como escrever um bom livro, é evidente. Mais uma vez concordo com Nilto: “... arte não se aprende. É talento, vocação, inspiração, predestinação. Seguidos de aprendizado, paciência, trabalho, dedicação.” Estão servidas as suas “dicas” a este segundo momento do trabalho.

Foram muitos os momentos em que me identifiquei com o autor em seus relatos, o que me deixou menos desamparado, menos só, como na seguinte passagem: “A leitura para mim ocorre, fundamentalmente, por dever (de escritor) e por falta de ocupação melhor. Para renovar a literatura, é preciso ler muito.”

Sem dúvida, como bem diz o poeta João Carlos Taveira, Nilto Maciel é um dos escritores mais completos da moderna ficção brasileira, como também o foram Graciliano Ramos, Machado de Assis, entre outros mestres da nossa literatura.

*Daniel Barros é autor do romance O sorriso da cachorra, e tem no prelo Enterro sem defunto, também romance.

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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Estalo e estampido (Rocha Oliveira)





A noite branda e tranquila; quase plácida. Se lhe irrompia o silêncio tão-só o ladrar ou o ganir d'um cão vadio, saudoso ou solitário. Pendiam onze e cinquenta da parede. Bem como – reluzente – uns mais segundos por sobre um velho criado-mudo. A luz escassa e sombria da minguante veio deitar-se, indolente, aos pés da cama. U'a brisa fresca e olorosa lhe abriu alas como por entre as cortinas de linho-cânhamo. Bailavam estas como ao som da quietude; entorpecidas por um amável e encantador jasmim-da-noite. O casal não parecia se importar. E, indiferente à sua presença, deixou-lha repousar; como se faz a um indigente ou mesmo a um gato impertinente...