Eu
não morro de amores,
eu
vivo de amor.
Anônimo.
Anônimo.
Dom Joam não chegou a conhecer Hugo Capeto nem o imperador Óton. Não lhe interessavam monarcas, fossem francos ou saxões. Muito menos bizantinos. Sua vida toda dedicou a amar mulheres.
A primeira delas – ua fermosa senhora – chamou-se Maria. Sua própria mãe. E esta paixam durou alguns anos.
Nasceu Joam pleno de virtudes. Sua beleza física deixava pasmadas as mulheres. Cedo aprendeu a falar. E a falar galantemente. Num minuto convencia a mais empedernida virgem a entregar-se-lhe. No mais das vezes, valendo-se da poesia. Pois também fazia versos. Vilancetes, coplas, cantigas de amor.
Muitas mulheres o amaram. Algumas chegaram a assumir publicamente o adultério. As solteiras acabaram nos prostíbulos. Outras se envenenaram.
Porém, muito ódio andou à volta de Joam. Principalmente por parte dos maridos enganados. Mas também dos invejosos. E dos esposos de mulheres belas.
Logo, porém, sua fama de dom-juan chegou aos ouvidos d’El Rei, assim como do papa de plantão. Acusado de destruir a família cristã, criminoso e pecador mortal.
O julgamento trouxe a público cenas escandalosas. Os mais poderosos fidalgos choravam de indignação.
Indefeso, Joam recebeu a pena da eterna prisão.
Adendo: Apesar de preso, Joam continuou o mesmo. Ignorava os reis de Bizâncio ou do Sacro Império. E, livre como sempre, amava cada vez mais as mulheres. E as seduzia – em sonho, nos seus ou nos delas. Ou talvez por teleplastia.
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