Sua voz desperta o tempo de adormecidas horas
recomposto no cumprimento
com que o travo
da saudade aflora e fere e desacostuma
a vida silenciosa:
refestelados castelos de quase nada
prisões rarefeitas de prazeres
e esperas automatizadas no aguardo
do barulho com que o espantalho
espanta os pássaros sem mexer o corpo
e da reunião dos fatos ressurgem
as primeiras chuvas em úmidas gotas
de desespero
o tom e o som a entonação e o nome
ditos como se a surpresa superasse o sonho
e estivesse ao lado e à frente
os olhos abertos e sorridentes
e o nome repetido na confiança
da conquista.
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