(O poeta Alcides Buss)
Segundo Lauro Junkes, Alcides Buss apresenta-se como um exímio da palavra rica em conteúdo de sua sonoridade, de seu ritmo e articulação. Nele, há a preocupação com a palavra natural e espontânea, exata e adequada.
Buss trouxe sensível contribuição à poesia catarinense, é autor do livro Cadernos da Noite, onde apresenta poemas sóbrios, porém modernos. Extrai a tônica da sua poesia, cuja obra é avaliada como a sua melhor produção, a ponto de se transformar em obra de arte.
Cadernos da Noite situa o poeta e caracteriza a sua produção literária, conquistando o leitor.
Segundo Miguel Sanches Neto, “... nos poemas de Cadernos da Noite, encontramos a melhor produção poética de Alcides. É o poeta dos solidários estados da alma, marcados pela consciência das incertezas temporais”, como podemos observar no poema,
“O dia vem, o dia vai / e só vivemos um dia / a vida toda. /
Um dia ou quantos dias, / semanas meses ou anos? /
Oh, nada sabemos / a não ser que um dia / é quanto temos para viver”.
Buss literariamente coloca dentro da moldura, de modo muito particular, o não-ser e isso aumenta sua percepção e salienta sua característica, levando o escritor a um período de linhas definidas, como:
“Por mais que nos livramos / Mais estamos em nós /
Sem nós mesmos”.
Grande poeta, versos profundos. Realmente, sensível às formas de beleza, o verso nas mãos de Buss ganham corpo e ritmo. E na criação mais significativa de sua inspiração, Cadernos da Noite, se conservará sempre, ou seja, o gosto pela forma apurada – e os versos não-ser, constituem a ponte de ligação entre dois mundos –, ele os delimita e os liga ao mesmo tempo, da sombra se encaminha para a luz.
Mansueto Bernardi escreveu que “Tudo... há de em sombra reverter. Em tudo, a sombra está, como um agouro. Tudo na vida é sombra a se mover”.
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