Comemorar a despedida do ano velho, a chegada do ano novo e o transformar em renovação, significa ter disposição para enredar-se nas palavras, para ir além do encontro com os amigos e os familiares, porque as palavras representam os sonhos e fazem a magia da noite.
A renovação está nos escritores que reproduzem sentidos para o que é visto todos os dias e que utilizam os recursos dos versos para construírem poemas que saúdam as mudanças: poema e liberdade, refletindo a importância do sentimento. Nessa aproximação, realizo o encontro dos horizontes: ano novo – poesia. E a partir dessa perspectiva transversalizo a multiplicidade dos olhares dos escritores, a diversidade e o momento constante do pensar, estimulando-me para as festas comemorativas e, ainda, lembrando como cultivar a sensibilidade na criação e recriação de imagens em palavras, em suas múltiplas nuances:
“... Esses olhos acesos (dentro do tempo sem idade) /
é o horizonte mais largo / de toda a respiração: liberdade”
Luiz de Miranda
“... A esperança lançada / visto que o desejado / encontra-se
dentro da própria alma” Benedito Cesar Silva
“Caio / num véu de montanhas / desvendo minha vida...”
Carmen Presotto
“... – A vida que me roda / nas dobras do ar” Marco Aqueiva
“Em seu olhar... / A se fazer ao sol / A navegar” Montanha
“... o tempo cria o tempo / Logo abandonado pelo tempo /
arma e desarma o braço do destino” Murilo Mendes
Os poetas mostram através das palavras que o homem exprime ideais: comunica-se, liberta-se e inventa novos mundos.
As dimensões artísticas se encontram na magia da vida porque o poeta é um dos principais representantes dos sentimentos. Valendo-se de saberes, movidos pela emoção, buscam a visão do que realmente é belo, e permitem o direcionar para uma vida alegre e em sintonia com as novas perspectivas do ano novo.
É importante o “eco” das festas, pois contrasta ao mesmo tempo com a superação e a presença simbólica do novo ano, interesse que desperta a vontade, desejo de olhar o mundo com admiração pela veia poética:
“O ano novo... / o branco ameaça / aclarar o mundo.”
Pedro Du Bois
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