(Grito en silencio, Susana Weingast, 1998)
“Em gritos expressamos / nossas emoções //em gritos desdobramos / nossas paixões // em gritos espantamos / nossas sensações // em gritos evitamos / que o silêncio nos consuma” (Pedro Du Bois)
Ao olhar para cima, vejo o céu; olho para frente, vejo o mar. Olho para os lados e vejo a imensidão da natureza. Inesperadamente, meu grito é calado. Ao viver neste lugar maravilhoso e ter que conviver em ambiente fechado, fico atrelada apenas aos gritos, aos meus gritos que promovem uma transformação química, fazendo com que a voz seja absorvida apenas por mim.
Romper o individualismo é valorizar quem transforma vidas, verdades e ideias; é gritar pelos valores fundamentais para a vida; é reunir corações e mentes; é compartilhar experiências. Todos reunidos, diferentes entre si, soltando o grito preso na garganta.
“Talvez a felicidade.../ seja apenas o nó no peito / sorriso mal feito / grito preso na garganta...” (Pedro Du Bois)
A melhor maneira de prestigiar a vida é ter todo mundo junto para escutar o grito da liberdade: entramos com os sentidos e a vida com os destinos.
“... são tão poucos olhos a viver // pensamentos soltos / gritos de liberdade / letras organizadas / chamas de despertares / não eliminarão essa cegueira...” (Carmen S. Presotto)
Se algo for emocionante, uso como inspiração enquanto é tempo, evoluindo em sintonia com a arte literária, através de ideias inovadoras que possam revelar meus gritos expressivos, onde a vida imita a arte.
“Paira no ar ao silenciar o meu canto. / O voo sai da garganta, e não das asas.” (Carpinejar)Sou porta-voz, reflexo da personalidade e do olhar cultural, voz afiada que até pouco tempo considerava apenas um grito calado.
“É... não posso perder o passo / Riscando trilhas, traço um mapa / De palavra em palavra / iluminarei minha vida / e quem sabe encontre outros sóis” (Carmen Silvia Presotto)
Uma compilação de frases me inspira. Por que seria pertinente gritar as minhas necessidades quando, simplesmente, posso incorporá-las ao meu dia a dia, ou abrir os Postigos?
“Redesenho o cotidiano // pontos / e tramas // - corda absurda - / me ouço em outros poemas / feito sussurro ao vento.” (Carmen Sílvia Presotto)
Através do livro posso ver o mundo com um olhar diferenciado, para entender os aspectos da vida, incluindo a ideia do tempo e o processo de criação que me leva à iluminação, que me permite olhar através de Postigos a minha condição de vida e os meus sentimentos.
“... Vem... / sorve meu sangue / e com tua carne, / sejamos disfarces entre leituras.” (Carmen Sílvia Presotto)
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